terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Grão


Quantas vezes somos tocados por frases, pensamentos, idéias que nos causam sentimentos de certeza, daqueles em que ouvimos aquela voz interior dizendo “Isso é verdade” ou ainda “Nossa!!! Demais isso!!”. Entretanto, quantas sãos as vezes em que podemos realmente colocar tais pensamentos em prática? Ou melhor, quantas vezes colocamos tais pensamentos em prática, pra valer?

O que está por trás de uma bela frase retumbante? Daquelas que fizeram história? Tais como “Você é responsável por quem cativas” Saint-Exupéry ou “A Imaginação é mais importante que o Conhecimento” Einstein. Pensamentos como esses são na verdade o grão que está na ponta do iceberg. Esses pensamentos refletem muitas vezes a experiência de uma vida toda.

A grande dificuldade em conseguir colocar em prática, nem que seja um único pensamento está justamente em conseguir entender e ver o iceberg como um todo. Para isso é necessário mergulhar. Sair da superfície do convencional, do padrão e ir além daquilo que nossas mentes estão acostumadas ou treinadas para ver. É o pensar fora da caixa.

Um peixe só sabe que estava na água depois que sai. Aí pode ser tarde demais. Portanto, estique a cabeça, abra os olhos e olhe fundo. Mergulhe mesmo, busque a experiência.
Se os pensamentos são resultados de experiência, de vidas vividas, como seria possível vivenciar aquilo que deu origem a determinado ponto de vista, a determinada frase que resume a existência de uma pessoa, muitas vezes?

Considero os valores o ponto de partida. Sem eles teremos dificuldades imensas em começar a alinhar nossa forma de ver o mundo com a do pensamento em si. A partir do momento em que se busca encontrar seus valores, o mergulho tem inicio. Encontrar nossos valores exige que passemos a nos observar melhor, a nos entender melhor. Neste processo o autoconhecimento adquirido se transforma em ferramentas “visíveis”, identificáveis, verdadeiros instrumentos a nosso favor.

Quem genuinamente gerou um pensamento, viveu ele. Se este pensamento perdura, tem consistência e isso somente é possível, quando se tem o processo prático em ação.

O foco é alinhar os seus valores com aquilo que é necessário para se experimentar. Ter a base sólida para que se possa vivenciar. E isso é uma tarefa árdua. Todos dizem que para se começar um negócio, para empreender é importante ter paixão, ter uma visão, um objetivo claro e planejamento. Todos sabem, de alguma maneira, quase que como um ditado popular, e mesmo assim negligenciam tudo isso.  

Suspeito que os valores daqueles que estão nos bastidores da empreitada não condizem com as necessidades deste tipo de experiência. Não há por exemplo a resiliência suficiente ou a paciência, ou ainda não há realmente uma vontade genuína de fazer uma empresa. Falta senso de propósito. Nas maioria das vezes, o que se quer é algo egoísta, tal como ter “independência”, poder acordar mais tarde, trabalhar quando quiser e o clássico, ganhar dinheiro. Por mais que se ouça e leia estes pensamentos e tente se inspirar por eles é como tentar acender uma fogueira com fósforo em plena chuva. As condições mínimas têm que existir para se dar inicio a prática.

Portanto, busque, caso você pretenda colocar algum ensinamento em prática, aquilo que condiz com seu perfil e passe a vivê-lo intensamente. Não espere resultados imediatos, afinal, muitos, como dito antes, levaram uma vida inteira para gerar aquele grão na ponta do iceberg.

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